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MEMORIAL


1990

Foi em uma Festa do Colono de Meleiro onde tudo começou.

Os moradores da comunidade da Barra do Cedro foram convidados a montar um engenho na festa, e o resultado chamou muita atenção.

Elementos tão comuns aos moradores da comunidade da Barra do Cedro, como a presença do boi no engenho, caldo de cana e melado, foram a sensação da Festa do Colono de 1988. Ao se deparar com a repercussão da barraca com engenho na festa, Mário teve a ideia de montar um bar neste estilo e, no dia 14 de dezembro de 1990 o Bar Engenho foi inaugurado, em Balneário Arroio do Silva.

Num terreno emprestado pelo Sr Domingos Alano, Mário construiu a primeira sede do Bar Engenho. O trabalho sempre foi árduo. Mário e sua família começavam a trabalhar antes do sol e encerravam tarde da noite, conforme a demanda. Aos fins de semana e nas férias de verão, quando o movimento era mais intenso, contavam sempre com a ajuda do irmão Adilson.

Madrugar para cortar cana era comum, assim garantiam um produto sempre fresco. Dia após dia de muito trabalho, mantendo suas raízes e valores, oferecendo o melhor sabor da roça, o Bar Engenho foi conquistando o público. Nos anos em que o Bar Engenho funcionou no Balneário Arroio do Silva, Mário chegou a contar com 30 funcionários para atender o público que por lá passava.

1993 – 1996

Em dia de festa, o Bar Engenho levava seus bois e equipamentos, fazendo assim a alegria dos rodeios e festas por quatro anos.

Com o sucesso do bar, em 1993 foram convidados a montar uma estrutura também no CTG Galpão de Estância, em Araranguá, além de expor na Festa do Colono de Meleiro e Forquilhinha. Nessas festas, onde se via uma multidão era onde o Engenho estava.

No começo de sua história, o Bar Engenho tornou-se conhecido, principalmente, por sua participação em festas, onde o boi era a estrela principal e os alimentos vendidos no local atraíam o povo.

Nada além do que já era comum aos irmãos Mário e Adilson, como caldo de cana, cachaça da cana, melado, apuravam o melado e faziam o açúcar, misturavam o amendoim e faziam pé-de-moleque, tudo demonstrado na hora, assim acabavam vendendo todos os produtos nas festas. Eles gostavam muito do que faziam, e os clientes admiravam. Essa ainda é a base do Engenho, procuram sempre fazer o que gostam e que agrade aos clientes também. Nas festas as crianças montavam no boi, que chamava a atenção por ser muito manso, os pais aproveitavam para registrar esses momentos com fotos.

As crianças daquela época agora trazem seus filhos para conhecer o Engenho novo. Além do boi, as fotos dos clientes no lugar sempre foram outra marca do Engenho. Com isso, criam um laço com quem passa, pois quem chega no Engenho, não vai apenas pelo lanche, mas por tudo que o local proporciona. No CTG trabalhavam durante o dia vendendo caldo de cana e milho cozido.

À noite faziam bugio, com melado fervente e um pouco de cachaça.

1996

Adilson propôs uma sociedade a Mário, e em 1996 escolheram a BR 101 em Paulo Lopes para instalar a nova sede.

A ideia era expandir o Engenho para outro local, atender outros públicos, sem fechar o Bar Engenho original. A partir daí começaram a estudar o lugar ideal.

Em um domingo à noite, após muito trabalho no fim de semana, os irmãos estavam terminando de limpar o local, sentados à mesa, quando Adilson propôs para Mário formarem uma sociedade.

A ideia era expandir o Engenho para outro local, atender outros públicos, sem fechar o Bar Engenho original. A partir daí começaram a estudar o lugar ideal para instalar uma nova sede. Entenderam que a BR 101 era um ponto promissor, e com o auxílio do Pedrinho, o irmão caminhoneiro, escolheram o local que tinha fácil acesso, próximo a uma região de grande circulação e com uma comunidade que lhes oferecesse o suporte necessário. Ao identificar o lugar perfeito, os irmãos compraram o terreno e iniciaram a construção em abril de 1996.

Enquanto Adilson fazia a terraplanagem no local, Mário preparava as madeiras com a ajuda do José, o irmão carpinteiro. Com as próprias mãos, Mário e Adilson levantaram o primeiro Engenho Lanches, em Paulo Lopes, às margens da BR 101, inaugurado em setembro de 1996. “Eu tinha uma convicção grande dentro de mim que o que estávamos fazendo era algo bom e que, com o tempo, daria muito certo”, com esse pensamento Adilson teve forças para continuar, pois no primeiro ano em Paulo Lopes o Engenho Lanches teve pouco movimento. Ele havia vendido tudo o que tinha e usado suas economias para investir no negócio.

Por um ano e meio, sem carro usava a bicicleta que havia ganho do Sr Salesio Sehnem para fazer as voltas necessárias. Apesar das dificuldades do início, Adilson se mantinha confiante e acreditando no potencial do local. Desde o início, contou com o apoio do novo amigo Carlinho Assis e sua família, que mesmo não o conhecendo, o recebeu de braços abertos.

1996 – 2000

Com persistência, insistindo em manter a qualidade dos produtos e do atendimento, apresentação do local e a imagem do boi surpreendendo quem visitava, o sucesso não tardou a chegar.

Com o tempo, Mário conseguiu um Buggy e Adilson usava o veículo para buscar serragem, cana e ir ao mercado. Em seguida, conseguiu comprar um carro. Foi depois de dois anos de sua inauguração que o Engenho Lanches começou a dar resultado.

Os irmãos comemoraram quando a média de clientes estava em 100 pessoas por dia, sendo que em 2016 a média foi de quatro mil. Os irmãos estavam conscientes de que abrir um negócio às margens da BR seria um desafio, pois, diferente de um comércio local, a divulgação não é feita dentro da cidade, até porque o público que chega são viajantes vindos de todos os lugares.

Mas com persistência, insistindo em manter a qualidade dos produtos e do atendimento, apresentação do local e a imagem do boi surpreendendo quem visitava, o sucesso não tardou a chegar. Eles próprios faziam a pamonha, atendiam os clientes, abriam e fechavam o estabelecimento.

Pegavam de duas a três mil espigas de milho por semana e faziam a pamonha. Fechavam depois das 22h e às 5h já começavam a preparar o estabelecimento para receber os clientes. No domingo o movimento era maior, então começavam a produção de madrugada. Ainda assim, no início da tarde toda pamonha já tinha acabado. Levantar antes do sol quando tinham que buscar a cana nunca foi incômodo, já estavam acostumados com a lida do campo, para eles era até um divertimento.

2001 – 2013

Ao longo dos anos, diversas reformas foram feitas na estrutura do Engenho Lanches.

A primeira foi depois de dois anos da inauguração, em 1998, quando a casa foi
toda fechada em volta.

Antes da primeira reforma, a estrutura do Engenho lembrava um quiosque, tinha as laterais abertas como uma grande varanda e os banheiros ficavam em uma peça separada.

Em 2000 foi construída a segunda casa, que inicialmente abrigava uma loja de calçados, mas que poucos meses depois já deu lugar ao artesanato. Em 2001, construíram a terceira casa, ampliando a loja e incluindo os sanitários na parte interna.

E nesse formato, com três casas conjugadas, o Engenho Lanches conquistou uma clientela fiel, que admira seu estilo campeiro, com sabores e aromas que remetem à vida no campo.

Não tardou para que o reconhecimento viesse também em formato de prêmios. Em 2001, Adilson e Mário receberam o prêmio “Talentos Empreendedores”, promovido pelo Badesc, Sebrae e RBS, além de outros em âmbito regional.

Nesta época, chegou às mãos de Mário e Adilson o projeto de duplicação da BR 101. A partir daí os irmãos começaram a estudar as possibilidades, se o local ainda teria fácil acesso ou seria melhor mudar para outro.

Ao perceber que poderiam continuar com a mesma localização, em 2005 passaram a planejar o segundo prédio do Engenho Lanches. Dadas às circunstâncias da duplicação da BR 101, decidiram construir o novo prédio atrás do primeiro, assim manteriam a distância regulamentar de 55m da BR e teriam espaço suficiente para realizar a construção dos sonhos. A escolha dos arquitetos foi outro fato curioso da história do Engenho Lanches. O projeto passou pela mão de alguns até encontrar a equipe ideal.

Mário e Adilson chegaram aos arquitetos a partir de uma construção de madeira que conheceram em Ibiraquera. Gostaram do estilo e entraram em contato com os responsáveis pelo projeto. Ao contactar o escritório OHM, um dos arquitetos Shanti e Dasi, descobriram que a bela construção em Ibiraquera havia sido inspirada no primeiro prédio do Engenho Lanches. Em 2013, Mário e Adilson iniciaram as atividades com a nova equipe de arquitetos, que com entusiamo e criatividade melhoraram suas ideias.

2013 – 2015

Tudo na nova estrutura do Engenho Lanches foi pensado para o conforto e integração das pessoas com o ambiente.

Quando o Engenho se instalou, a mata local e o riacho estavam secos, e a vegetação morrendo.
A região foi reflorestada, a cachoeira e o riacho foram reativados, e os bois ficam no pasto, onde podem circular livremente, servindo de modelo aos visitantes que desejam fotografar.

Em fevereiro de 2013, iniciaram-se as atividades para a construção e em 26 de novembro de 2014 o novo prédio do Engenho Lanches foi inaugurado: uma construção atemporal, que só embeleza com o tempo.

A casa nova tem em torno de 3 mil m², sendo que 500 m² só da área de sanitários. Até esse momento, Adilson se dedicava exclusivamente ao Engenho Lanches, enquanto o irmão, Mário, ainda cuidava do Bar Engenho.

Em 2015 decidiram encerrar as atividades em Balneário Arroio do Silva, e os irmãos voltaram a trabalhar lado a lado.

“O negócio dos negócios são as pessoas” – Ragi Sisodia. Para os irmãos, o objetivo principal é oferecer "algo a mais", que vai surpreender quem chega. É causar um impacto positivo nos clientes que visitam o local, para que queiram sempre voltar.

Desta forma, ao perceber que muitas famílias viajavam com seus bichinhos e na hora do lanche não tinham onde deixar, criaram o Espaço Pet. Comprometido com a sustentabilidade, o Engenho, além de aproveitar água da chuva, trata toda a água usada - de acordo com especificações da Fatma e Ibama - que segue seu curso natural. Também é feito um processo de compostagem, onde o material orgânico é depositado em um espaço natural e transformado em adubo, que já está proporcionando a revitalização e rica arborização do local.

A arquitetura do Engenho Lanches é focada para proporcionar um ambiente iluminado e climatizado naturalmente, com espaços mais amplos, sem deixar de ser aconchegante, agradando a todos. A ideia de tirar o boi do ambiente interno também contribuiu com as melhorias.

Mesmo ele sendo muito bem cuidado quando ficava dentro do Engenho, pois sempre foi respeitada a saúde do animal, com certeza agora ele está melhor, que fica todo tempo em seu habitat.

Projetos futuros estão focados nas melhorias relativas ao que já foi conquistado, como a qualidade de vida dos funcionários e do ambiente.

Já estão pondo em prática a ampliação da passarela, animais soltos e tudo o que possa proporcionar mais contato dos clientes com a natureza, sempre respeitando o bem-estar dos animais. Mário e Adilson sempre tiveram um propósito: atender bem, tornar o Engenho uma referência de parada na estrada e sempre colocar paixão em tudo o que é feito.

Esperam assim, quem sabe, servir de inspiração a outras pessoas.

ENGENHO LANCHES
Rod. BR 101 | Km 266 | Penha | Paulo Lopes
CEP 88490-000 | Santa Catarina | Brasil



ENGENHO LANCHES
Rod. BR 101 | Km 266 | Penha | Paulo Lopes
CEP 88490-000 | Santa Catarina | Brasil



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